domingo, 9 de agosto de 2009

DOIS POEMAS DE PRESENTE!

O Belo dessa semana é um presente que ganhei do meu amigo Haris.
Ele traduziu do Urdu para o Inglês esses dois poemas de Faiz Ahmed Faiz e me mandou. Faiz foi, assim como Neruda, romancista e revolucionário. Aliás, eles eram amigos!
Os poemas abaixo, foram escritos durante o período em que Faiz estava na prisão e o primeiro se popularizou no Paquistão em forma de música.

Regozigem-se!




Stay by me

Stay by me
My assassin, my love
The moment comes the night
Black night that drank the blood of the red dusk
Bearing musk balm and a diamond lancet
It comes weeping, laughing, singing
Dark anklets of pain clinking
The moment when hearts buried deep in bosoms
Begin longing for assassin hands hidden in sleeves
Ever hopeful
And the wine poured, sounds like a child’s sobs,
A restless tide, inconsolable by drink
When no tale can be told
And no argument works
The moment comes the night
That mournful, derelict, black, night
Stay by me
My assassin, my love, stay by me




Speak!

Your lips are free, speak!
Your tongue is still your own, speak!
Your mind and body are yours
Your life is still your own, speak!
Look! In the ironsmith’s shop
Flames are hot, iron is red
Mouths of links begin to open
Chains begin to loosen
Little time is enough, speak!
Before the death of body and tongue, speak!
Truth still lives, so speak!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O QUE ACONTECEU HOJE?



No dia 05 de agosto de 1936, o atleta negro norte-americano Jesse Owens ganhou a primeira das quatro medalhas de ouro que conquistou nas Olimpíadas de Berlim, na Alemanha. O corredor foi campeão nos 100 metros, 200 metros, no revezamento 4x100 metros e no salto a distância.
Na época, o país estava sob o domínio do nazismo. As vitórias de Owens estragaram os planos de Hitler de usar os jogos para demonstrar ao mundo a superioridade da raça ariana. O fuhrer se recuzou a entregar as medalhas ao atleta negro - o que ele vinha fazendo com o demais vencedores - causando um certo mal estar. Quem dera se mal estar fosse a única coisa que Hitler tivesse causado na História!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O OCASO DO CORONEL

Esse post junta dois grandes talentos: O texto brilhante da Lúcia e a charge inconfundível do Paixão.

O ocaso do coronel
Lúcia Hipólito



As mais recentes denúncias sobre as estripulias do senador José Sarney estão longe de ser as últimas e apontam na mesma direção de todas as anteriores: a privatização de recursos e espaços públicos em benefício próprio. Ou de sua família. E o desprezo às leis do país.

Senão vejamos. Distraído, Sarney não reparou que recebia mensalmente R$ 3,8 mil de auxílio-moradia, mesmo tendo mansão em Brasília e tendo à disposição a residência oficial de presidente do Senado.

Culpa da burocracia do Senado.

Distraidíssimo, Sarney esqueceu de declarar sua mansão de R$ 4 milhões à Justiça Eleitoral.

Culpa do contador.

Precavido, requisitou seguranças do Senado para proteger sua casa em São Luís – embora seja senador pelo Amapá.

Milionário (embora o Maranhão continue paupérrimo), não empregou duas sobrinhas e seu neto em suas inúmeras empresas. Preferiu que se empregassem no Senado.

Milionário generoso, não quis deixar a viúva de seu motorista ao relento. Empregou-a para servir cafezinho no Senado, em meio expediente, com salário de R$ 2,3 mil. Ah, e alojou-a em apartamento na quadra dos senadores.

Generoso, não impediu que seu outro neto fizesse negócios milionários com crédito consignado no Senado.

Ainda generoso, entendeu que um agregado da família deveria ser também empregado como motorista do Senado – salário atual de R$ 12 mil – mas trabalhando como mordomo na casa da madrinha, sua filha e então senadora Roseana Sarney.

Aliás, Roseana considerou normal convidar um grupo de amigos fiéis para um fim de semana em Brasília – com passagens pagas pelo Congresso.

Seu filho, Fernando Sarney, o administrador das empresas, que sequer é parlamentar, considerou normal ter passagens aéreas de seus empregados pagas com passagens da quota da Câmara dos Deputados.

Patriarca maranhense, ocupou as dependências do Convento das Mercês, jóia do patrimônio histórico, e ali instalou seu mausoléu. O Ministério Público já pediu a devolução, mas está complicado.

Não é um fofo?

Um dos mais recentes escândalos cerca justamente a Fundação José Sarney, que se apoderou das instalações do Convento das Mercês. Consta que R$1.300 mil captados através da Lei Rouanet junto à Petrobrás, para trabalhos culturais na Fundação José Sarney foram.... desviados.

Não há prestação de contas, há empresas-fantasmas, notas fiscais esquisitas.

Enfim, marotice, para dizer o mínimo. Mas Sarney alega que só é presidente de honra da Fundação.

Culpa dos administradores.

E o escândalo mais recente (na divulgação, não na operação): Sarney seria proprietário de contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal. Coisa do amigão Edemar Cid Ferreira, amigão também da governadora Roseana Sarney a quem, dizem, costumava emprestar um cartão de crédito internacional. Coisa de gente fina.

Em suma, acompanhando as peripécias de José Sarney podemos revelar as entranhas do coronelismo, do fisiologismo, do clientelismo. Do arcaísmo.

Tudo isto demora a morrer. Estrebucha, solta fogo pela venta. Mas um dia desaparece.

Tal como os dinossauros.

domingo, 2 de agosto de 2009

BONS AMIGOS - MACHADO DE ASSIS

Motivada por uma conversa sobre cerejeiras, carvalhos e gêneros literários,fui fazer uma busca na obra de Machado de Assis e encontrei esse poema que não podia deixar de ser o belo da semana.


BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!