quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

QUE VENHA 2010!!



2009 não foi um ano fácil. Começamos com muita esperança e votos de que iriamos inovar bastante, uma vez que o ano em si já era um convite para novas atitudes, renovaçãoes, grandes coisas.

Acontece, que pelo que eu vi, ouvi e vivi, a vida tratou de inovar em nosso lugar. Apresentou-nos situações por nós nunca imaginadas, provas e dores que nos tiraram do centro. Casais que viveriam juntos para sempre, se separaram. Doenças traiçoeiras e inexplicáveis se setaram no sofá de nossas salas e lá se aconchegaram como visitante que não precisa fazer cerimônia. Bebês amados, queridos e sonhados antes da concepção , tiveram na sua chegada a maior prova de força e amor para suas famílias.

Isso, falando do que está perto. Confesso que houve um momento em que eu cheguei a duvidar do tão aclamado equilibrio universal.

Mas, os seres humanos somos feitos de esperança e coisas boas. E quando tirei dos meus olhos o véu do pessimismo, vi que a beleza do ano que se encerra está justamente na forma como passamos pelas dores e continuamos de pé, trabalhando e planejando o ano vindouro.

As doenças estão sendo curadas e as famílias estão mais unidas que antes. Os bebês são esperados com festas, presentes e ternura. Os membros dos casais desfeitos encontraram novos pares, estão mais felizes, leves e, mais importante, com boas lembranças e respeito pela vida que tiveram.

As verdadeiras amizades, antigas ou novas, se fortaleceram. A vida segue seu curso.

E 2009 teve momentos de leveza também. Gente boa se casou. Gente inteligente passou no mestrado, no doutorado. Gente de coragem largou tudo e mudou de país. Gente que não se decidia, resolveu assumir o sentimento e viver seu grande amor. Gente de sorte, virou matríztica. Gente que merece muito, concebeu seu primeiro e amado filho em Salvador e tia coruja vai ter seu primero sobrinho. Gente ruiva, que passou por uma grande prova, descobriu toda a sua força, superou seus limites e passou de ano com mérito.Gente que se esforça, foi trabalhar na Bahia e vai passar o Ano Novo por lá. Gente que se ama e passou por momentos de incerteza (não do amor), comprou uma casa no Espírito Santo. Gente que não se via a muito tempo, se reencontrou e parecia que nunca tinham ficado longe. Gente que passou perrengue, conseguiu emprego. Gente que já rodou, virou empresária em Santa Catarina. Gente que já amava o marido na adolescência (e não era correspondida na época), vai ter o primeiro filho desse amor pra vida toda. Gente largou a faculdade chata e passou em outro vestibular. Gente foi dar aula.Gente se recuperou de m susto que a saúde deu e foi trabalhar em Brasília.Gente tá tirando fotos, seguindo a vocação da família. Gente voltou pra Juiz de Fora e vai, finalmente, viver o casamento junto e não na estrada.Tem gente que começou a correr e parou. Tem gente que não para mais.

Tem gente no Brasil, na França, no Paquistão, Itália, nos Eua, em Angola, na Alemanha, na China, no Chile, no México, que está aqui, lembrada nesse último texto do ano.

E que venha 2010! O ano em que gente vai passar no vestibular, tirar carteira de motorista. Gente vai se casar. Gente vai trocar de carro. Samir vai nascer! Aliás, a vida vai virar uma festa com esse monte de gente pequena que vai chegar! Tem gente que vai virar delegado. Tem gente que vai dançar salsa com uma brasileira. Gente vai ser mãe e fazer sua defesa no mestrado. Gente vai conhecer o deserto. Gente vai pra Portugal virar doutor. Gente vai voltar de Roma e conhecer Curitiba. Gente vai abrir seu negócio. E toda essa gente vai ser muito feliz!!!

Um feliz 2010 pra toda essa gente que eu amo!!!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL!

Amigos,

Que a alegria do Natal esteja em nossas vidas todos os dias!

domingo, 20 de dezembro de 2009

O BELO DA SEMANA - ADÉLIA PRADO

O belo dessa semana fala sobre as aflições pelas quais o amor passa.



CORRIDINHO

O amor quer abraçar e não pode.

A multidão em volta,

com seus olhos cediços,

põe caco de vidro no muro

para o amor desistir.

O amor usa o correio,

o correio trapaceia,

a carta não chega,

o amor fica sem saber se é ou não é.

O amor pega o cavalo,

desembarca do trem,

chega na porta cansado

de tanto caminhar a pé.

Fala a palavra açucena,

pede água, bebe café,

dorme na sua presença,

chupa bala de hortelã.

Tudo manha, truque, engenho:

é descuidar, o amor te pega,

te come, te molha todo.

Mas água o amor não é.


Texto extraído do livro "Adélia Prado - Poesia Reunida", Siciliano - 1991, São Paulo, pág. 181.

sábado, 19 de dezembro de 2009

HARIS NO R7

Na entrevista que meu amigo Haris deu ao R7 no último dia 03, podemos entender um pouco mais sobre o que ocorre no seu lado do mundo.



Pesquisador do Paquistão elogia plano de Obama e vê ameaça real da Al Qaeda no país.

Haris Gazdar afirma que presidente americano adota estratégia inteligente

O cientista social e economista paquistanês Haris Gazdar afirmou nesta quinta-feira (3) que a real organização da rede terrorista Al Qaeda está no Paquistão. Gazdar, que comanda o centro de estudos internacionais Collective for Social Science Research, em Karachi, no Paquistão, comentou em entrevista ao R7 alguns pontos da proposta apresentada pelo presidente dos Estados Unidos na última terça-feira (1º), que prevê o reforço de 30 mil militares às tropas que já estão no Afeganistão.
Ele disse que Obama adotou uma estratégia inteligente, ao tentar estabilizar o Afeganistão sem tirar o foco do Paquistão, onde está boa parte das raízes dos problemas da segurança e das ameaças terroristas na região.
O anúncio, que citou o Paquistão e pediu a colaboração do país, provocou reação do governo paquistanês. Hoje, a rede CNN informou, a partir de Islamabad, que membros do governo demonstraram mais preocupação do que alívio com o envio de mais americanos para o vizinho Afeganistão, o que poderia levar a uma fuga de terroristas para o país. Com o reforço, o número de americanos ficará próximo de 100 mil.

Hoje, em visita ao Reino Unido, o primeiro-ministro do Paquistão, Raza Gilani, disse em resposta a uma insinuação do primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, que Osama bin Laden não está em seu país.
Gazdar estudou na London School of Economics (LSE) e trabalhou no Centro de Estudos da Ásia do LSE. Foi professor de economia na Universidade de Sussex, na Inglaterra. Também realizou trabalho acadêmico na Índia, na Escola de Economia de Nova Déli.

Leia abaixo trechos da entrevista com o pesquisador:

R7 – Alguns americanos, especialmente os democratas, como o representante [equivalente a deputado no Brasil] Elliot Engel,afirmam que o verdadeiro problema de segurança está no Paquistão. Os EUA também ajudam o país a combater os radicais islâmicos. O senhor acredita que é necessário, como muitos defendem, um envolvimento mais efetivo no Paquistão do que no Afeganistão?

Haris Gazdar – O principal problema de segurança vem do Paquistão. Isso porque o Paquistão é relativamente mais desenvolvido, e seus militares estiveram historicamente ligados a militantes jihadistas. O 11 de Setembro não poderia ter acontecido sem o Paquistão. O Afeganistão foi apenas o lugar onde a liderança da Al Qaeda estava vivendo. O Afeganistão é um país muito pobre sem a possibilidade de sustentar uma organização global sofisticada. A maior parte da logística e do financiamento passam pelo Paquistão. Estes elementos eram conhecidos, mas o fato de que os EUA não levaram a maior parte dos acusados pelo 11 de Setembro para julgamento significa que eles não eram publicamente reconhecidos. O Paquistão também é visto como uma fonte mais importante de ameaça à segurança porque seus militares têm armas nucleares.
R7 – O plano apresentado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, agrada ao senhor?

Haris Gazdar - A estratégia de Obama é muito inteligente. Ela tem como base o entendimento de que o Afeganistão em si é somente uma ameaça de segurança limitada. Ele quer estabilizar o Afeganistão, mas realmente foca no Paquistão. No Paquistão, querem fazer duas coisas que dividem a sociedade paquistanesa. A primeira é que querem que os militares mudem sua política de confrontar a Índia. A segunda é que querem mais controle civil sob os militares. Claro que os militares e seus aliados na sociedade civil estão resistindo a isso, mas eles também estão cientes de que o Paquistão precisa da ajuda dos EUA. Outras forças políticas dentro do Paquistão apoiam estas posições, mas são frágeis em termos de controle da imprensa e da propaganda.

R7 – O senhor acha que o envio de mais tropas americanas pode gerar uma migração para o Paquistão de rebeldes e também de pessoas com medo de um conflito mais duro? Isso pode gerar uma outra crise?

Gazdar - A fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão é relativamente aberta para a passagem das pessoas. Eles vão e vêm. É verdade que uma escalada da guerra levará a mais migração, mas esta não é a maior preocupação. O mais preocupante é que se os americanos falharem em dar segurança e estabilizar o Afeganistão, isto terá efeitos de longo prazo.

R7 – A violência no Paquistão parece ter aumentado após o governo iniciar a ofensiva militar no Waziristão do Sul. O mesmo poderia acontecer no Afeganistão com o reforço da ofensiva americana?

Gazdar - A violência pode aumentar, mas não apenas por causa da ação americana. A principal questão aqui é que os EUA querem que os militares do Paquistão parem de proteger vários militantes jihadistas, e que desmantelem suas organizações. Se os militares fizerem isto, haverá mais reações do jihadistas. No momento as pessoas apoiam a ação militar contra os jihadistas. Se os jihadistas fazem mais ações violentas, o apoio irá aumentar. No passado, os militares usavam a desculpa de que havia oposição popular para desmantelar as organizações jihadistas. Hoje esta desculpa não é mais aceita, a opinião pública está agora contra os militantes jihadistas, apesar de todos os esforços da poderosa mídia de extrema direita.

R7 – O governo de Karzai também terá de recrutar mais tropas entre os afegãos. Há estrutura lá para atrair, treinar, alimentar e equipar todos estes novos soldados?

Gasdar – Eu não sei muito sobre a situação interna no Afeganistão, mas o governo lá é fraco. Eu acho que a estratégia dos EUA no Afeganistão é limitada, apesar de que todo mundo vai falar do aumento de tropas. Os EUA tentarão estabilizar o Afeganistão e esperam um governo mais forte, mas eu não acho que eles irão se preocupar muito se o governo afegão continuar fraco. Não é crítico para a segurança interna deles [dos EUA]. A principal ameaça de segurança é de elementos no Paquistão que sustentam a Al Qaeda.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SUPER MULHERES

Força feminina invade os quadrinhos
Sex, 11 Dez, 10h20

Por Mónica Faro, da EFE

A editora americana Bluewater Productions, especializada em histórias em quadrinhos, transformou personalidades em heroínas em "Female force", uma série de biografias gráficas que exibem a trajetória profissional e pessoal de mais de dez mulheres. Com desenhos quase caricaturais, a HQ tem o objetivo de transmitir modelos femininos que possam ser referência para o imaginário infantil.

Além de interessar adultos e colecionadores, estas histórias em quadrinhos se transformaram em uma ferramenta didática utilizada em escolas e livrarias para estimular o prazer da leitura e para que os pequenos aprendam "novos valores por meio do entretenimento", disse o presidente de Bluewater, Darren G. Davis.

São muitas as crianças que encontraram na história em quadrinhos um primeiro elo para entrar no mundo da leitura. Toques de humor, desenhos e pequenos textos com edições de 22 páginas demonstraram ser os ingredientes perfeitos para espantar a aversão às letras. "Female Force" tem como objetivo também disseminar lições de história que relaciona fatos históricos com a trajetória dessas mulheres.

As protagonistas são primeiras-damas, escritoras e jornalistas que, de um modo ou outro, "estão determinando a história e a cultura moderna", destaca Davis. Ícones midiáticos que o editorial elegeu para "celebrar as conquistas das personagens em um formato nunca antes feito" e para contar a trajetória de "mulheres fortes, poderosas e influentes que fizeram coisas incríveis em suas vidas".



Lady Di, a lenda de uma primeira-dama

Transformada em lenda após sua repentina morte em 1997, em um acidente de trânsito que comoveu o mundo todo, Diana Frances Spencer, conhecida como Lady Di, é a última primeira-dama escolhida para viver uma aventura em quadrinhos.

Depois de Michelle Obama e Hillary Clinton, a princesa Diana de Gales se soma a lista de mulheres unidas pelo compromisso social, pelo papel de mãe e por se destacarem na esfera pública sem viver à sombra de seus maridos.

Princesa, figura pública, filantropa e mãe. Esses são os principais atributos que descrevem Diana na primeira história em quadrinhos biográfica, "Female Force, Princess Diana", que reúne episódios desde o casamento com o Príncipe Charles da Inglaterra, em 1981, até os últimos dias de sua vida, marcada por reiteradas aparições nos tablóides britânicos e pelo acidente que causou sua morte quando, aparentemente, tentava escapar da perseguição dos "paparazzi".

Lady Di volta mais forte do que nunca em uma novela gráfica que pretende lembrar e mostrar às novas gerações a figura da "princesa do povo", retratada nesta história em quadrinhos-homenagem como um ícone britânico moderno e admirável.

Com desenhos em que a princesa divide o papel principal com seus filhos, William e Harry, a rainha Elizabeth II, Tony Blair, o Príncipe Charles e Camilla Parker-Bowles, a história em quadrinhos elogia seu trabalho humanitário, sua oposição "a impassível aristocracia da família real britânica" e lembra o espetáculo midiático que causou seu casamento, sua separação e sua morte.

Mulheres criadoras: o poder de um mundo mágico


Longe da aventura política de suas colegas dos quadrinhos, duas das escritoras mais populares do mundo se transformaram em novembro e, se transformarão em dezembro em novos personagens destas historietas biográficas: são J. K Rowling e Stephenie Meyer, criadoras de mundos mágicos e enigmáticos que cativaram, em poucos anos milhões de leitores.

Com as sagas "Crepúsculo" e "Harry Potter", Stephenie Meyer e J. K Rowling despertaram paixões literárias entre os mais jovens até se transformarem em fenômenos midiáticos transcendendo o âmbito editorial, conquistando o cinema e agora ganhando uma nova expressão nos quadrinhos.

O fenômeno Harry Potter é dificilmente comparável a qualquer outro: J.K Rowling, uma das mulheres mais ricas do Reino Unido, vendeu 300 milhões de livros desde que em 1997 escreveu a primeira aventura do menino mago da escola de Hogwarts, "Harry Potter e a pedra filosofal", à qual sucederam seis volumes.

Meyer (Conneticut, 1973) está longe dessa cifra. Mas com mais de 42 milhões de exemplares vendidos em 39 países da saga "Crepúsculo" e após ter dividido o topo da lista de vendas com o próprio Stieg Larsson, o fenômeno do ano, poderia seguir o rastro de sua colega britânica.

"Female force" reconhece o trabalho destas mulheres criativas com duas histórias em quadrinhos biográficas que descrevem a origem e a força da imaginação de cada uma das autoras, para desvendar o processo literário que deu a elas fama, sem esquecer suas trajetórias pessoais, tão mágicas como o mundo que elas criaram.

Oprah Winfey e a conquista da audiência

A "rainha dos talk shows" também ganhou os quadrinhos. Desde meados dos anos 80, ela apresenta "The Oprah Winfrey Show", um programa que atrai a atenção de 46 milhões de espectadores por semana e por onde passaram personagens de todos os tipos: de Bill Clinton a Elizabeth Taylor, passando por Tom Cruise e Michael Jackson, que sentou ao lado de Oprah em 1993, depois de 14 anos de silêncio.

Suas entrevistas e seu indiscutível poder de comunicadora fizeram de Oprah uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a lista elaborada pela revista "Time", e seu espaço serviu de instrumento para as campanhas eleitorais de Al Gore e George W. Bush, que passaram pelo programa para atrair ao eleitorado feminino.

Mas, antes de tudo, Oprah é um exemplo de tenacidade e de superação e são esses aspectos que se destacam em sua biografia gráfica: teve uma infância dura, foi violentada com nove anos e saiu de casa aos 13. Agora, é a mulher mais rica do mundo do espetáculo, tem sua própria produtora e transmite a sua fiel audiência valores de igualdade e solidariedade.

Há alguns anos, a intocável figura do super-herói perdeu espaço com a chegada de novas autoras, com o aumento de leitoras e mais mulheres protagonistas de suas próprias histórias. Uma reivindicação que chega ao ponto mais alto com essa coleção: "em um tempo de mudanças políticas, olha quem vai nos ajudar a dar forma ao futuro".