sábado, 13 de abril de 2013

O CRIME DO RESTAURANTE CHINÊS

Hoje eu termineir de ler O Crime do Restaurante Chinês.
Encontrei o livro em um dos meus passeios de sábado à tarde pelos sebos curutibanos. Ou como esse especificamente gosta de ser chamado, loja de livros lidos.
Comprei sem muitas pretensões. Me interessei por ser um trabalho do Boris Fausto que eu não conhecia e por ele ter recorrido à micro história para escrever.
Me surpreendi. Partindo de um assassinato que aconteceu na quarta-feira de cinzas de 1938, Fausto traçou um belo painél da sociedade e do cotidiano dos paulistanos durante a década de 30.
O assassinato em questão vitimou o casal de imigrantes chineses, donos do restaurante e dois fuincionários, um brasileiro e um imigrante lituano, chacinados de forma brutal na madrugada.
O autor abordou as relações multiculturais entre trabalhadores marginalizados, imigrantes e migrantes, além da forte industrialização e o ritmo acelerado da modernizção de São Paulo.
Ponto forte do livro é o preconceito racial (o acusado do crime é um ex funcinário do restaurante negro e pobre) que a sociedade já tentava mascarar.
Passando pelos estudos de crimonologia da escola Positivista, uma imprensa muitas vezes sensacionalistas, e chegando na absolvição do réu (como é um fato histórico, o final não nos surpreende tanto, mas a construção do enredo e os fatos que nos interessa) que pode ter sido causada pela simpatia que a população lhe dedicou devido a sua semelhança com o jogador Leônidas - goleador brasileiro da Copa da França, Boris passeia entre a história e a ficção policial, nos dando muitas vezez, a impressão de estar lendo Agatha Christie e outras de estamos dentro dos arquivos históricos.
E no final, ainda tem uma lenda urbana! Vale muito a pena.