sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O QUE ACONTECEU HOJE?


Em 1957 o escritor e filósofo argeliano Albert Camus recebeu o prêmio nobel de literatura.
O seu pensamente filosófico segundo alguns, foi sedimentado entre outros fatores, pela associação da fome, guerra, miséria e sol causticante com a qual Camus conviveu em sua terra natal.
O gênio viveu sempre próximo ao absurdo humano. Com o falecimento do pai na I Guerra, foi morar com uma avó em um bairro operário da cidade de Argel. Não fosse pela intervenção de um professor na escola primária, ele teria seguido a profissão de tanoeiro. Mais tarde, sua família foi contra seu ingresso na escola secundária, devido à sua precária condição financeira. Mais uma vez Camus conseguiu se manter nos estudos graças a Jean Grenier. O vencedor do Nobel soube ser grato e ambos os professores ganharam livros à eles dedicados. A tese de doutorado de Camus, assim como a de Hannan Arendt foi sobre Santo Agostinho.
Ao tentar igressar na vida acadêmica, uma forte crise de tuberculose se abateu sobre ele, o impedindo definitivamente de se tornar professor. Esta doença lhe deu a real dimensão da possibilidade cotidiana de morrer, o que é fundamental no desenvolvimento de sua obra filosófica /literária. A tuberculose também o impediu de continuar a praticar um esporte que tanto amava e lhe ensinou tanto: Camus era o goleiro da seleção universitária. Conta-se que um bom goleiro. E seu amor para com o futebol seguiu-o durante toda a vida. E uma das coisas que mais o impressionou quando da sua visita ao Brasil em 1949 foi o amor do brasileiro pelo futebol. Conta-se que uma das primeiras coisas que Albert Camus fez ao pisar no Brasil foi pedir para que o levassem para assistir a uma partida de futebol.
Em 1942, o filósofo francês Jean Paul Sartre escreveu elogiosamente sobre o livro “O Estrangeiro”, dizendo que gostaria de conhecer o autor. A oportunidade veio em uma festa e a amizade dos dois durou até 1952 quando a publicação de “O Homem Revoltado”desencadeou um desentendimento publico entre os dois, acompanhado de perto por toda a elite intelectual através dos jornais.
Entre os livros de Albert Camus o que mais me marcou foi “A Peste”, considerado sua Magnum Opus. Publicado em 1947, o livro conta a história de trabalhadores que descobrem a solidariedade em meio a uma peste que assola a cidade de Oran. Questiona diversos assuntos relacionados a natureza do destino e da condição humana. Os personagens do livro ajudam a mostrar os efeitos que o flagelo causa na sociedade. O livro é na verdade uma grande metáfora para os horrores da II guerra mundial.

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