sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PARA LER ANTES DO ANO ACABAR

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.


Seria mais tolo do que tenho sido, na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Correria mais riscos, viajaria mais, comtemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não perca o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem ter um termometro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um paraquedas;
se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria até o final do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças.
Se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas já tenho 85 anos, é tarde demais
E duvido que conseguisse impor estas idéias aos jovens; a oposição é muito grande

(autoria desconhecida. Atribuído a J.L.Borges, mas possivelmente escrito por Nadine Stair ou Don Harold)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O QUE ACONTECEU HOJE???

Hoje é o Dia Nacional do Livro

O Dia Nacional do Livro, 29 de outubro, comemora a fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil. O acervo tinha 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, moedas, medalhas, etc., tudo acomodado nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.


Em 29 de outubro de 1810, a biblioteca foi transferida e essa passou a ser a data oficial de sua fundação. Até o ano de 1814, os estudiosos precisavam de uma autorização prévia para consultá-la.

domingo, 10 de outubro de 2010

O BELO DA SEMANA - GERALDO CARNEIRO

O belo dessa semana é o poema de um mineiro e fala de como as nossas certezas e predileções mudam com o passar do tempo e - quem sabe?- conforme a gente vai ganhando sabedoria

Quem Diria
Geraldo Carneiro



ser cético era sonho de consumo
quando eu me consumia sendo jovem,
ser joyce, guimarães ou ser vinicius
no trânsito das musas musicais.
naquele tempo ainda não sabia
que a mim só me cabia ser eu mesmo,
entre as estrelas e as revoluções,
ao menos cá, no cais do coração.
hoje mudei, ulysses de mim mesmo,
procuro milha ilha em Tordesilhas,
uma sereia que me faça bem,
me faça mal, me faça quase tudo.
eu que só tinha o credo dos ateus
quero que a vida voe sempre assim
no piloto automático de Deus.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

CINEMA COMO INSTRUMENTO POLÍTICO

O texto é de uma jovem aspirante a cineasta, extremamente talentosa e da qual eu me orgulho muito: Minha filha!!!

A UTILIZAÇÃO DO CINEMA COM INSTRUMENTO POLÍTICO E SOCIAL AO LONGO DA HISTÓRIA
Laura Toledo

Na época o Império Romano, a política denominada "pão e circo" era utilizada pelo governo vigente para desviar a atenção do povo quanto à sua situação econômica e social. Algo parecido foi utilizado na Inglaterra Elizabetana, porém, o instrumento de alienação eram então, as comédias teatrais. Grandes espetáculos, artísticos ou não, sempre foram ferramentas políticas poderosas. Com cinema não seria diferente.

O cinema não é e nem deve ser utilizado como uma mera mídia de distração ou alienação. Eisenstein já via seu potencial político quando, em meio à Revolução Russa, usou seus filmes para difundir os ideais comunistas. Além de propaganda, a história também pode ser impressa na imagens em movimento dos filmes .Já disse Nichols: "Todo filme é documentário". Isso porque nele se reflete a realidade política, social e economica na qual foi realizado.

Ainda visando sua importância política, é fácil perceber na linguagem cinematográfica de movimentos, como o neo realismo, a transformação de privação de recursos em formas de mostrar e evidenciar os problemas vividos na época.

Como instrumento de oposição e resistência, assim como Glauber Rocha com o seu "Terra em transe", o cinema pode ser entendido como forma de se posicionar contra a opressão e a alienação.

sábado, 19 de junho de 2010

SOBRE GENTE!

Eu acho lindo gente inteligente! Muitas vezes achei que, quando a pessoa fala bem, com um vocabulário rico, de forma erudita, sofre uma mutação, se tornando maior, mais bonita, mais atraente. Se escrever um livro, então! Um título de mestre ou doutor, a transformaria, na minha opinião, em uma entidade!


Muitas vezes, me peguei admirando quem citava Beauvoir, Sartre, Santo Agostinho, Rousseau... Se soubesse conversar sobre o Iluminismo, as causas da guerra do Golfo, os impactos econômicos, sociais e culturais da Peste Negra na Europa, a obra de Shaekspeare, e ainda falar sobre a ditadura no Brasil, me conquistava pra sempre.
O problema é que eu não só admirava pessoas assim, como sempre busquei me tornar uma delas, com uma estúpida ilusão de que o meu maior mérito seria o conhecimento. Que as pessoas me admirariam mais e até me amariam mais pelo meu saber. Que besteira!

Nos últimos tempos essa sandice tem melhorado. Que gostar do conhecimento, que nada! A gente gosta é de gente! Uma amiga, paraibana arretada me ajudou a ver isso! Ela me disse que não tem nada melhor do que sentar com um amigo ou um amor e falar bobagem! Ser gente!

Ela tem razão! Quando a gente tá feliz, quer contar é pra gente que vai rir com a gente, que vai pular no nosso pescoço e nos abraçar ou, simplesmente vai nos dar um sorriso de aprovação; Quando a gente passa um perrengue, a primeira coisa que vem na cabeça não é um erudito que faz um discurso divino, mas aquela criatura que nos transmite segurança e conforto só por estar por perto. Se a gente cozinha pra alguém, não quer elogio em latim, ou citações, mas simplesmente uma cara feliz de total satisfação e, se possível, uma boca suja de molho.

Essa semana eu ouvi uma pessoa dizer que morreu e nasceu de novo várias vezes nos últimos 3 anos para se transformar em gente. E essa pessoa é uma das mais inteligentes e cultas que eu conheço! O mais interessante, é que ela estava feliz e leve. Ela disse que gosta da nova pessoa em que ela se transformou. Ela foi salva!

É isso, gente! Não sei ainda expressar muito bem como essas coisas me afetaram. Talvez eu nem precise! O que eu sei é que pensar em ser gente o tempo todo é muito mais confortável! Gente que está com gente bebendo vinho, falando bobagem ou não falando nada! Gente que varre casa, vai no parque, paga conta. Gente que se entristece com filme e se alegra com um parque. Gente que queima a comida, que tem raiva dos outros, fala palavrão de vez em quando. Gente que se entope de comida e tem que ficar com a barriga pra cima porque não consegue respirar. Gente que perde a hora, que fala alto e gosta de filme C.

É lindo alguém falar vários idiomas. De que adianta se não souber dizer o que sente, ou dar uma palavra de conforto? E o sorriso? E aquele abraço que aconchega? E o falar da vida?

É isso que devemos buscar: menos erudição e mais gente. Menos colegas e mais amigos. Menos parceiros e mais amores.

E, como a vida é curta demais e o tempo passa muito rápido, que a gente siga o conselho de Guimarães Rosa e tenha mais coragem. Coragem de mudar, de sair, de ver o mundo, de romper coisas, de assumir coisas, nos afastar de gente que nos faz mal e nos aproximar de gente que nos faz bem. Porque estando com gente que ama a gente, a gente se torna mais gente...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A MÚSICA MAIS LINDA DO MUNDO!

Na minha lista de músicas mais lindas, esta figura em primeiro lugar...

Qual é a mais linda na sua opinião?

terça-feira, 1 de junho de 2010

O QUE ACONTECEU HOJE??

Morre Andrei Voznesensky, um dos grandes poetas do 'degelo' soviético
Do site Yahoo

Moscou, 1 jun (EFE).- Andrei Voznesensky, um dos grandes poetas russos e figura emblemática da era soviética pós-Stalin nos anos 1960, morreu hoje em Moscou, aos 77 anos, informaram fontes médicas.


Arquiteto de profissão, Voznesensky publicou seus primeiros poemas em 1958. Seu primeiro livro, "Mosaic" (1960), provocou a destituição do diretor do editorial e levou o poeta ao brilho da popularidade.


Naqueles tempos, os saraus de poesia instigavam grande público na União Soviética, onde o então líder comunista, Nikita Kruschev, criticava o culto à personalidade de seu antecessor no Kremlin, Josef Stalin.


Com a morte do poeta, o presidente russo, Dmitri Medvedev, expressou condolências aos parentes de Voznesensky, informou o escritório do Kremlin. EFE

quarta-feira, 26 de maio de 2010

HISTÓRIA DE MINEIRO

História de mineiro

Dinah Silveira de Queiroz


Estou sabendo de uma historinha que bem valia um conto e feito por quem a narrou, o contista que anda arrebatando todos os prêmios dos concursos em que se inscreve: Edson Guedes de Morais. É um caso de mineiro. Trata de gente pobre e de filho que veio trabalhar no Rio, prosperou e um dia mandou uma carta ao pai:

Meu pai: com a graça de Deus, posso dizer que já tenho economia suficiente para pretender realizar qualquer sonho seu. Minha maior felicidade estará em poder propor : que possa fazer para alegrá-lo? 0 que mais desejaria na vida? Tenho pensado muito em sua luta de sacrificado e não me lembro de tê-lo ouvido falar sobre qualquer aspiração. Não se acanhe, papai, mande dizer se o senhor quiser alguma coisa."

Lá da cidadezinha das Minas Gerais veio uma carta. Daquele homem religioso, devoto de Nossa Senhora Aparecida, austero, confiando nos seus deveres e trabalhos: o homem que jamais manifestara ao filho o seu desejo de possuir, por exemplo, um carro, ou ter um negócio só seu, ou, no mínimo, de adquirir uma lavadeira automática para desafogar o trabalho da mulher :

— "Meu filho, com a graça. de Deus, todos vão com saúde. Não me falta nada. Assim como vivo, vivo bem. Mas se você quiser saber de um desejo que sempre tive fique sabendo agora que toda a vida quis ver o mar. É só isso, meu filho, mais nada."

Tão pouco lhe pedia o pai ! Mandou-lhe o filho a passagem, depois de ter escolhido um bom hotelzinho na Tijuca, freqüentado por gente de pequenas posses, mas pessoas escolhidas — só família, enfim. E o velho chegou com a alegria de ver o filho que realizara o que inúmeras gerações de sua gente não haviam conseguido: ter dinheiro sobrando. Vieram as efusões, as lágrimas. O primeiro dia passou, e, logo no segundo, o filho veio buscar o pai:

Papai, vista-se que eu vou levá-lo a Copacabana. Está na hora de realizar o desejo."

0 velho olhou-o piscando meio trêmulo:

— "Hoje, não. Quero visitar a prima Carlota, que mora aqui perto. Amanhã eu vou".

Chegou amanhã, e o pai, sempre tremendo e piscando, disse que não se sentia bem para ir a Copacabana. No terceiro e no quarto dias também, afirmou que não podia ir e que queria comprar uma lembrancinha para a mulher e para a filha. Alguns dias decorreram e o grande encontro entre o mineiro e o mar foi sendo protelado. Já, então, o filho estava meio triste com aquela estranha atitude do pai e, afinal, desabafou:

— "Parece que o senhor não está querendo mesmo ir ver o mar! Desde que chegou aqui não encontra um dia para realizar aquilo que afirmou ser o único desejo de sua vida!"

0 pai chegou a pegar o chapéu, passou a mão no ombro do filho mas estava tão perturbado, que desta vez, realmente, parecia doente.

— "Meu pai, o que é que o senhor tem? O que há?"

O velho mineiro, de olhos nublados, hesitou. Por fim, largou o peso da verdade de uma vez :

— "Acho uma coisa tão maravilhosa poder ir ver o mar que quero entregar a Nossa Senhora o meu sacrifício. Meu filho, não se zangue. Vou voltar hoje mesmo para casa sem ir a Copacabana".

— "Mas por que, meu pai? Por quê? Nem Nossa Senhora vai aceitar esse seu sacrifício. Todo mundo vê o mar todo dia. Gente há que nem liga, passa pela praia e nem volta o rosto para ele..."

Mas, a essa altura, o velho já ia juntando os seus trens. Nesse mesmo dia voltou para sua cidade das Minas Gerais, levando em sua imaginação a idéia do abismo de assombro que ele jamais encontraria.

sábado, 8 de maio de 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A BELEZA DE CAPITU

Inspirada por umas conversas que andei tendo sobre a Capitu e auxiliada pela Aline que me ensinou a incorporar vídeos no blog, resolvi colocar um pouco de beleza por aqui.

O vídeo da sério Capitu da Globo que é magnífica, utiliza a música Elephant Gun da banda Beirut. Apreciem.

domingo, 18 de abril de 2010

14 BIS EM CURITIBA


Gente, eu estou em êxtase! Acabei de chegar de um show do 14 Bis e só tenho uma palavra para descrever; MARAVILHOSO.
Durante a semana, quando soube que eles viriam tocar em Curitiba e, melhor, no CIETEP, já tão contente que twitei contando pra todos do meu orgulho.
E hoje fui lá, não sem quase antes me esquecer, envolvida pelos afazeres de uma mestranda-trabalhadora-dona-de-casa. Mas fui lembrada na última hora pela minha família, dei um pulo, e voei pro CIETEP. Sorte que como é o caminho que faço todos os dias, não tive os costumeiros contra tempos de errar o rumo.
O show começou quase que pontualmente. A primeira música foi Bola de meia, bola de gude. Claro que a nostalgia bateu. Foquei lembrando das montanhas de Minas, das viagens de carro ouvindo aqueles que estavam bem ali na minha frente. Cheguei à conclusão que cada música deles combina com um lugar em Minas.
Essa primeira, com o pátio do Batista de Oliveira. Uma velha canção Rock n’ roll nos leva direto à estrada velha de Ouro Preto. Fogo do seu Olhar, com a entrada de Barbacena. Linda Juventude, com aquele trecho antes de chegar em Belo Horizonte, aonde tem o Alphaville com seu suntuoso lago em baixo e um monte de gente voando de asa delta céu. Passear em Tiradentes fica muito mais legal ao som de Mesmo de brincadeira. Ai, ai! Eles tocaram Espanhola! Fui direto pro Calçadão nas tardes de férias depois de uma manhã no Baeta. Sabiam que a terra de Chica da Silva – Diamantina – combina com Todo azul do mar? Deve ser porque a Chica nunca pode ver o mar e o seu amado mandou fazer um mar artificial pra ela.
No palco, um Magrão (que devia ser chamado de fortão, porque tem um bracinho...), um Cláudio extremamente simpático com a platéia arrasando na guitarra, um Vermelho e um Hely impagáveis, fazendo um som surpreendente, com requintes de rock pesado e arranjos de esbabacar os desavisados e os avisados. Mas a postura deles era de gente de Minas... Simpatia e o fazer porque está fazendo. Foi lindo e aqueceu meu coração.
Basta dizer que num determinado ponto (acho que Linda Juventude) a banda fez os sóbrios curitibanos se levantarem da cadeira, dançar e cantar.
Depois fomos pegar autógrafos e ai sim, a mineridade se manifestou em toda a sua essência. O acolhimento aos fãs já começou pelo senhor corpulento de cabelo branco e um sorriso de bondade que estava na porta.
Dentro da sala, um Magrão encantado com a criança de uns 2 anos vestindo a camisa da banda. Ídolos dispostos a falar, abraçar e conversar com todos. O Cláudio quando soube que tinham mineiros ali, já veio perguntar de qual cidade, e disse que conhece Juiz de Fora e seu belo Teatro Central e agora a versão repaginada do Cultural que, segundo ele, imita o estilo do Hard Rock Caffe. E deu um autógrafo pro Samir!
Disse também que estão gravando um novo cd e que o Flávio está tocando com eles.
Foi um encontro inesquecível! Vou dormir mais feliz...

domingo, 4 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

LENDA DA COLOMBA PASCAL

É um texto inspirador pra esse tempo de Páscoa


Lenda da Colomba Pascal



Na Idade Média, no norte da Itália (região da Lombardia), havia o Rei Alboino, que queria tomar a região de Paiva, onde existia um beato e confeiteiro com o nome de Luiggi. Era época da Quaresma e numa certa noite este doceiro sonhou que Alboino invadiu sua cidade gerando muito sangue pelas ruas.
Ao amanhecer, Luiggi fez a seguinte oração:
- Divino Espírito Santo, me dê uma luz para que esta desgraça não aconteça!
De repente uma pomba pousou na sua janela e disse:
- Faça um doce em forma de pomba e ofereça ao rei.
Luggi obedeceu a esta visão. Desta maneira, no domingo de Páscoa, este cozinheiro fez o quitute, entrou no castelo e ofereceu ao rei, dizendo - lhe:
- Majestade, depois que provar deste meu doce desistirá da ideia de destruir a cidade de Paiva.
Então o rei comentou:
- Um doce em forma de pomba! A apresentação é criativa. Deixe-me provar deste bolo para sentir seu sabor.
Assim Alboino comeu e disse:
- Delicioso! O sabor é tão divino que nem penso
em tomar a sua cidade. Qual é o nome este doce?
O confeiteiro respondeu:
-É Colomba Pascal.
Reza a lenda que a pessoa que comer
a Colomba Pascal, no domingo de
Páscoa, terá paz o ano inteiro.

Fonte: www.textolivre.com.br

domingo, 28 de março de 2010

O BELO DA SEMANA - SAUDADE

O texto do Professor José Antônio me remete a minha infância a as visitas que fazia com a minha avó. Me traz a lembrança um cheirinho bom de café, a sensação de perna cansada de tanto andar e a expectativa de saber o que a Tia Gaida, a Tia Geralda, a Tia Tueta ou a tia Dinah ia nos servir.
A Paula vai saber direitinho do que eu tô falando. Se o Cris ler, também!


Saudade

José Antônio Oliveira de Resende
(Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa da Universidade Federal de São João del Rei)


Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.

Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.

– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.

E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.

– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.

Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:

– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.


Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.

Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:

– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.

Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.

Casas trancadas... Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...

Que saudade do compadre e da comadre!

domingo, 21 de março de 2010

O BELO DA SEMANA - A MÚSICA DO SAMIR

O meu sobrinho Samir ainda está na barriga da minha irmã e já tem uma música preferida. E não é que o garoto tem bom gosto e é antenado? Explico: sua música preferida é a música oficial da Copa do Mundo. É alegre, fala de esperança. Mas também é profunda. A mesma felicidade que nós sentimos com a sua chegada. A mesma alegria que nos invade quando pensamos que em junho ele já vai estar aqui e ainda pode testemunhar o Brasil ser mais uma vez campeão do mundo. A mesma profundidade do amor que todos nós já sentimos por ele.
Pesquisando mais sobre a música, descobri que seu cantor, K'aan a fez inspirado em Mandela e na luta pela liberdade.
O clip original também é lindo. Mas como o Samir é só alegria, vamos ver aqui a versão preferida dele que é uma festa! .
Vejam o clip e me digam se meu sobrinnho não é mesmo uma criança especial...

sábado, 6 de março de 2010

VIAGEM Á TERRA

Lindo e inspirador. Não consegui descobrir o autor pra citá-lo, mas ele tem a minha admiração.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O QUE ACONTECEU HOJE?

Hoje é um dia muito importante na História do cinema.

Em 05 de fevereiro de 1937, foi lançado o filme Tempos Modernos, último filme mudo do ator, diretor e gênio Charles Chaplin.

O filme focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.
A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona.
Trata-se de uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".
Em sua Segunda parte o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia.
Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos Modernos está entre os filmes mais conhecidos de Chaplin, sendo considerado um marco na história do cinema.

Não bastasse isso, em 05 de fevereiro de 1957 os estudios Walt Disney laçaram o clássico desenho animado Peter Pan, que conta a história do menino que não queria crescer criado por J. M. Barrie.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O QUE ACONTECEU HOJE?

Hoje é aniversário de Virginia Woolf, uma das mais importantes escritoras britânicas.

Virginia estreou na literatura em 1915 com um romance (The Voyage Out) e posteriormente realizou uma série de obras notáveis, as quais lhe valeram o título de "a Proust inglesa".

Virginia Woolf era filha do editor Leslie Stephen, o qual deu-lhe uma educação esmerada, de forma que a jovem teria frequentado desde cedo o mundo literário.
Em 1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Nessa época, a brilhante mente da escritora já se atordoava com fortes crises depressivas.

Ainda assim, integrou o o grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após a Primeira Guerra Mundial, se posicionou contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Deste grupo participaram, dentre outros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e John Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy.

A obra de Virginia é classificada como modernista. O fluxo de consciência foi uma de suas marcas mais conhecidas e da qual é considerada uma das criadoras.
Suas reflexões sobre a arte literária - da liberdade de criação ao prazer da leitura - baseadas em obras-primas de Conrad, Defoe, Dostoievski, Jane Austen, Joyce, Montaigne, Tolstoi, Tchekov, Sterne, entre outros clássicos, foram reunidos em dois volumes publicados pela Hogarth Press em 1925 e 1932 sob o título de The Common Reader - O Leitor Comum, homenagem explícita da autora àquele que, livre de qualquer tipo de obrigação, lê para seu próprio desfrute pessoal. Uma seleta destes ensaios, reveladores da busca de Virginia Woolf por uma estética não só do texto mas de sua percepção, foi reunida em língua portuguesa em 2007 pela Graphia Editorial, com tradução de Luciana Viegas.

Não suportando mais lidar com a depressão, Virginia cometeu suicidio em 1941, se afogando, não sem antes deixar um bilhete para o marido e a irmã Vanessa, as pessoas que mais amava na vida.

Pra quem quiser conhecer um pouco mais do universo de Virginia Woolf, o filme "As Horas" é uma boa indicação.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A IDADE E A MUDANÇA

Lya Luft sabe realmente das coisas...

A IDADE E A MUDANÇA
Lya Luft




Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher.
Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível...
A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito.
Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'
Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.
A fonte da juventude chama-se "mudança".
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora.
A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos.
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos.
Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol.
Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional.
Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.
Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.
Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.
Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...
Lya Luft

Lya Luft nasceu no dia 15 de setembro de 1938, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul.
Por se tratar de cidade de colonização alemã, as crianças, em quase sua totalidade, falavam alemão, e os livros utilizados nas escolas vinham da Alemanha. Com onze anos, Lya decorava poemas de Goethe e Schiller.
Posteriormente, estudou em Porto Alegre (RS), onde se formou em pedagogia e letras anglo-germânicas.
Iniciou sua vida literária nos anos 60, como tradutora de literaturas em alemão e inglês. Lya Luft já traduziu para o português mais de cem livros. Entre outros, destacam-se traduções de Virginia Wolf, Reiner Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann. A escritora é conhecida por sua luta contra os estereótipos sociais.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O BELO DA SEMANA - VINICIUS DE MORAES

Para Viver Um Grande Amor

Vinicius de Moraes


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O QUE ACONTECEU HOJE?

Os terremotos que atingiram o Haiti e mataram inúmeras pessoas, nos privaram da presença de uma pessoa iluminada.

Zilda Arns, fundadora da Pstoral da Criança e dona de um carisma incomum, está entre as vítimas fatais da tragédia.


Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Deixou cinco filhos e dez netos.

Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.

Em 1980, foi convidada a coordenar a campanha de vacinação Sabin para combater a primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória, no Paraná.

Em 1983, a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criou a Pastoral da Criança com Dom Geraldo Majela Agnello, cardeal e arcebispo primaz do Brasil, que na época era arcebispo de Londrina. Em 27 anos de trabalho, a Pastoral conta com a ajuda de mais de 260 mil voluntários e atende quase 2 milhões de gestantes e crianças menores de seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios brasileiros.

Em 2008, mais de 1,9 milhão de gestantes e crianças menores seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres foram acompanhados pela ONG em 4.063 municípios brasileiros. Ao todo, a Pastoral conta com mais de 260 mil voluntários que levam conhecimentos sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres.

No ano de 2004, também a pedido da CNBB, fundou a Pastoral da Pessoa Idosa que atende 129 mil idosos acompanhados, todos os meses, por 14 mil voluntários.

Reconhecida nacionalmente e internacionalmente pelo trabalho que realizava, Zilda Arns era cidadã honorária de 10 estados e 35 municípios. Recebeu títulos de doutor honoris causa de cinco universidades: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Universidade do Extremo-Sul Catarinente de Criciúma, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade do Sul de Santa Catarina.

Entre os prêmios que recebeu ao longo da carreira estão o Woodrow Wilson, da Woodrow Wilson Fundation, em 2007; o Opus Prize, da Opus Prize Foundation (EUA); Heroína da Saúde Pública das Américas (OPAS/2002); 1º Prêmio Direitos Humanos (USP/2000); Personalidade Brasileira de Destaque no Trabalho em Prol da Saúde da Criança (Unicef/1988); Prêmio Humanitário (Lions Club Internacional/1997) e Prêmio Internacional em Administração Sanitária (OPAS/ 1994). Em 2006, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O QUE ACONTECEU HOJE?

Morreu aos 100 anos mulher que ajudou Anne Frank.

Da Agência Estado

A holandesa Miep Gies era a única sobrevivente do grupo que conhecia o local onde os Franks se esconderam por 25 meses em Amsterdã

Miep Gies, que ajudou a esconder a família de Anne Frank dos nazistas, morreu na segunda-feira (11) aos 100 anos, informou o Museu Anne Frank. Maatje Mostart, porta-voz da entidade, disse que ela morreu depois de uma breve doença, mas não deu mais detalhes. Segundo a BBC, Gies havia sido internada em uma clínica após uma queda no mês passado. A holandesa era a única sobrevivente do grupo que conhecia o local onde os Franks se esconderam por 25 meses em Amsterdã, Holanda, durante a 2ª Guerra.

Gies, que era secretária do pai de Anne Frank, Otto, levou comida, jornais e outros objetos para a família da adolescente e outras quatro pessoas que também estavam no esconderijo, de 1942 a 1944. Depois que uma denúncia anônima levou os alemães à descoberta do esconderijo e à prisão dos Franks, Gies encontrou o diário de Anne, cujo conteúdo virou um dos livros mais lidos do mundo.

Ela escondeu o diário e outras anotações esperando que Anne voltasse, mas a adolescente morreu aos 15 anos de febre tifoide em um campo de concentração duas semanas antes de ele ser fechado. Gies entregou o diário ao pai de Anne, o único sobrevivente da família, que o publicou em 1947. Ela viajou pelo mundo para fazer campanha contra a negação do Holocausto.