domingo, 15 de março de 2009

SER FEMININO... RETICÊNCIAS!

O belo dessa semana foi escrito por uma bela: A minha querida amiga e afilhada Tati! Uma coisa que chega a me emocionar é o fato de ela ter dito que voltou a se inspirar a escrever com o nosso blog.
Confiram a beleza e força sutil de sua escrita:





Ser feminino... Reticências!

Ah, as mulheres... são como este gênero de pontuação... reticicências! Sempre a indicar um pensamento ou ideia ainda por terminar, concluir.. omitindo algo que podia ser escrito, mas não foi. Podia ser dito, mas não foi. Uma figura retórica que deixa incompleta uma frase, dando a entender, no entanto, o sentido do que não se diz e, às vezes, muito mais.
Talvez a isto se deva uma explicação: somos todas nós, brancas ou negras, magras ou não, cheias de certezas e repletas de dúvidas, mães adoráveis e amantes vibrantes, queremos as benesses da mais nova tecnologia e nos rendemos a horas de leitura de uma simples revistinha de coméstico...nos bastamos e buscamos nos completar no outro.
Lacan ou Freud, não sei, pouco importa... fato é que as mulheres tem acesso a outro gozo pois não estão totalmente e, somente, absorvidas na lógica fálica e patriarcal.
A marca própria da mulher... uma sensibilidade absoluta (mas não fragilidade!) para conviver com o indelevel machismo latino.
Mulheres são coloridas ainda que não vivam sem o “pretinho básico”, são cama e mesa, noite e dia, mais música que silêncio, abajur e velas... mas mulheres não são ilhas, são metropóles!
Para falar mais de nós mulheres, estou aqui a lembrar Adélia Prado em seu poema A serenata: “Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa”. Penso assim, toda mulher é doida. Impossível não ser. Nos dizerem que temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir (pelo menos de vez em quando) que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca pensaremos em jogar tudo pro alto acreditando ser possível um amor de 24 horas com Jack Bauer.
Eu só conheço mulher louca e cheia de características sempre no superlativo, não existe mulher zinha. Santa, desconheço. Não existe. Só mesmo Nossa Senhora! Mulher certinha, previsível? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.
Não consigo concluir... terminar...mas também para quê definir conclusivamente a alma feminina. Talvez no próximo poema seja mais fácil falar do homem e ponto final! Para que a exclamação?

Por:Tatiana Finamore (Dia das Mulheres – Março 2009)

Um comentário:

Anônimo disse...

simplismente, DESLUMBRANTE!