domingo, 3 de maio de 2009

COISAS DA VIDA


Hoje eu passei horas com um amigo de Juiz de Fora no Skype (é, eu tenho usado essa tecnologia).
Esse é amigo daqueles que contam os podres, que jogam na cara as bobagens que fizemos há 15 anos atrás, que riem das nossas gafes e que ainda assim a gente segue a vida amando.
Acontece que esse meu amigo está com uma tremenda dor de cotovelo. E o pior, é que ele sabe que o causador de suas mazelas, é ele mesmo. Meses atrás ele me contou que estava se interessando por uma colega de trabalho. A dita era bonita, inteligente, alegre, enfim, reunia todos os dotes necessários para atrair um carinha gente boa como ele. Eu daria a maior força, iria sugerir que ele a convidasse pra jantar, mas primeiro tive que fazer a pergunta fatal: “Você terminou com a Bel?” (nome fictício). Qual não foi a minha surpresa quando o meu amigo, rapaz de família, honesto, trabalhador, daqueles com quem a gente pode contar a qualquer momento, me disse que não!
A Bel é uma moçoila que ele conheceu na faculdade. Menina esforçada, perdeu o pai cedo e sempre ajudou a mãe, costurando, fazendo artesanato, até que se formou em Biologia. Eles sempre foram um casal que todos achavam o máximo juntos e queriam estar nas bodas.
Acontece que nesse tempo em que estive fora, alguma coisa mudou entre eles. Meu amigo diz que com o passar do tempo, tudo esfriou. Até ai, tudo normal. Triste, mas normal.
Nesse dia, conversamos muito e ele ficou de pensar, esfriar a cabeça e ver o que ia fazer. Como ele sempre foi um menino bom, acreditei que ele ia fazer a coisa certa (que nem eu sabia o que era).
Hoje ele me relatou o embrolho em que se meteu: Começou um affair com a colega de trabalho, sem contar pra ela da Bel. Achou que poderia ser uma coisa boba e passageira (em momento algum pensou nos sentimentos da garota). Acontece, que com o passar dos dias, foi conhecendo melhor a moça e viu que se tratava de uma criatura adorável. Ai as coisas começaram a ficar mais complicadas.
Não conseguia ficar bem em nenhum lugar. O estômago doía, a cabeça rodava, se sentia um crápula. Freqüentava ainda a casa da Bel, viajava com a família, foi a festa de 90 anos da avó. Estava com uma, pensava na outra.
Por que não terminou com a Bel? - eu perguntei – É que não conhecia bem a outra, era novidade, não sabia se podia confiar. Com a Bel, já tinha uma história, uma rotina, amigos em comum, as famílias se gostavam. Escolher a outra significava começar tudo de novo, correr riscos, sair do lugar comum.
Então, por que não contou toda a verdade pra moça? Isso significaria que ela podia ficar com raiva dele, não querer mais vê-lo e isso ele não queria também.
O fato é que o meu querido amigo fez uma grande bobagem. Tentou cozinhar as duas, sumia de vez em quando, não respondia os telefonemas da moça do trabalho e depois aparecia com a cara mais lavada do mundo, como se nada tivesse acontecido. A moça segundo ele, até tentou tocar no assunto, saber o que tava acontecendo (atitude louvável), mas ele se esquivou. Claro que ela cansou.
Partiu pra outra e passou por ele com um carinha mais alto e de ar mais fresco e jovial (provavelmente porque não tinha o fantasma de uma traição nas costas). Segundo as suas próprias palavras, o pior de tudo é que ele nem podia tirar satisfação.Com que direito? E começou a conviver todos os dias com a moça sendo buscada pelo novo amor no final do expediente, recebendo flores e tocando a vida.
Ele pensou que seria melhor assim, pois poderia sair impune e continuar sua vida com a Bel. O que ele não contava era com “a candinha”. Alguém que ele não sabe quem (em Juiz de Fora isso é muito comum), contou em detalhes o caso dele com a moça para a Bel. Essa por sua vez, não se fez de rogada e foi procurar a moça na porta do trabalho. Parece que ia começar a rolar um barraco, mas a turma do deixa disso apaziguou. Ele ficou no meio das duas sem saber o que fazer (nem precisava, já tinha feito o suficiente).
Com isso, ele perdeu a Bel, a família o odeia, aqueles amigos que eram mais próximos dela vão ficar com ela mesmo, seus pais o repreenderam, sua imagem no trabalho está meio riscada, a colega de trabalho (que poderia ser uma boa amiga) não quer vê-lo nem pintado de ouro e eu, com quem ele veio se lamentar, resolvi escrever a sua história. Ele deixou. Disse que ler o que ele fez bem como os possíveis comentários, pode ser uma forma de redenção. Vai saber!
O que me motivou a escrever, foi o fato de essa ser uma história tão comum. Acontece todos os dias, com as melhores pessoas. Todos nós já protagonizamos uma história assim atuando em um dos papéis, ou pelo menos conhecemos alguém que o fez. Sofremos e fizemos sofrer. Nos decepcionamos e decepcionamos os outros. Quando vamos aprender?

16 comentários:

Anônimo disse...

Fala Juuuuu...
Bom, eu já aprendi que tem que ser uma de cada vez... quando se está namorando então, isso não deveria nem ser discutido...
Mas enfim seu amigo se fud$# muito forte, hahaha, e merecido né... pelo visto a namorada era uma ótima pessoa e a do trabalho era melhor ainda...
Ah, e conta ai, quantos anos o 'rapazinho' tem? se ele é seu amigo a uns 15 anos mesmo... é provável que ele seja mais velho que eu, que tenho 26 ;-)

Mesmo assim deixo aqui uma dica pra ele: Cara, agora é o seguinte 'PERDEU PLAYBOY' parte pra outra que ficar mexendo na merd@ só vai piorar as coisas. O máximo (e talvez o mínimo) que você pode fazer é pedir desculpas para sua ex-namorada, mas não tenha esperanças nem mesmo de ser amigo, vai ser só para mostrar o mínimo de caráter da sua parte demonstrando seu arrependimento ;-)

Anônimo disse...

Dante, na sua visita ao inferno, já descrevia o local onde os adúlteros iam permanecer na eternidade. Ao meu ver pouca coisa mudou de lá até então.

A Divina Comédia.



Canto V



25



Os tristes sons começo a perceber

do lugar aonde eu vim, onde queixume

e muito pranto vêm me acometer;



vim a um lugar mudo de todo lume

que muge como mar que, em grã tormenta,

de opostos ventos o conflito assume.



A procela infernal, que nunca assenta,

essas almas arrasta em sua rapina,

volteando e percutindo as atormenta.



Quando chegam em face à sua ruína,

aí pranto e lamento e dor clamante,

aí blasfêmias contra a lei divina.



Entendi que essa é a pena resultante

da transgressão carnal, que desafia

a razão, e a submete a seu talante.



Como estorninhos que, na estação fria.

suas asas vão levando, em chusma plena,

aqui as almas carrega a ventania,



e a revolver pra cá e pra lá as condena;

nem a esperança lhes concede alento,

não já de pouso, mas de menor pena.



E como grous cantando o seu lamento,

que longa trilha formam no ar passando,

assim, trazidas pelo negro vento,

Anônimo disse...

Mais uma história banal, infelizmente... Poderia ter sido uma outra, enfim...
Assumir um risco assim, que envolve principalmente o sentimento das pessoas, no meu ponto de vista é para os fracos, que não sabem o que querem dessa vida.
Mas também, tenho certeza que seu amigo vai crescer os este acontecimento...

Anônimo disse...

Não é uma pena, como uma atitude impensada e tola pode dar fim a coisas boas e construídas ao longo de vários anos e mesmo coisas novas e boas que poderiam estar surgindo? Tolice, ganancia, egoísmo, falta de consideração pelos sentimentos dos outros, essas característica estão presentes.
Espero que a lição tenha sido aprendida e que no futuro o seu amigo seja mais homem e menos moleque em suas atitudes.
Boa sorte nos próximos relacionamentos e não tente retomar nenhum destes dois pois não vai dar certo...

Anônimo disse...

Olá Juuu.
Esse amigo hein??!!
Acho que a melhor solução é ele mudar de cidade e tentar iniciar uma vida nova. Afinal, se ele queria mesmo continuar com a namorada que a valorizasse. A honestidade é uma coisa muito importante num relacionamento e o que ele fez não está certo. Ele tinha que ter pensado antes de fazer,agora é conviver com a conciência pesada e tentar não fazer de novo, isso no mínimo, serve como lição. Melhor um passarinho na mão, do que dois voando..

Anônimo disse...

Difícil essa situação.

Acho que o camarada tava dividido e, quem nunca ficou? O problema é que ele demorou muito pra se decidir e ai a vida deu o rumo. O silêncio e não colocar o jogo na mesa foi a pior coisa que ele fez. Agora é seguir em frente e, da próxima vez, ter mais coragem de pelo menos atender aos telefonemas e deixar claro para os envolvidos o que está se passando.

Boa sorte, meu camarada!

Anônimo disse...

Sabe Ju, só o fato de ele querer ouvir a opinião dos outros sobre o ocorrido, mostra que ele sabe o que fez besteira.

Deve estar pensando: quem sabe alguém não vai me dar razão? Só que não tem muita experança de que isso aconteça.

Mas, amigo da Ju, eu tenho uma coisa pra te dizer: foi melhor assim. Imagine se você tivesse continuado no namoro? Poderia se casar e ter uma vida medícore, fazendo uma pessoa muito boa também ter uma vida medíocre. Se tivesse tido a coragem de assumir uma nova relação com a moça do trabalho, ai suas chances seriam maiores. Afinal, se estivesse feliz no namoro, não teria nem dado a chance de outra pessoa se aproximar, não é?

Espero em breve ver um outro post que diga que você está bem.

Anônimo disse...

Dae amigo da Ju...
Véi... nessa vida tudo passa... e a cagada que você fez vai passar também... só que tudo nessa vida deixa marcas, e essa vai deixar também... Então é lidar com isso e seguir em frente.

Li os outros comentários e vi que a galera deu uma detonada... Acho até normal, pois é a primeira reação quando nos deparamos com uma situação dessas. E afinal de contas... você realmente pisou feio na bola.

Mas assim, o lance é aprender e não repetir... porque errar é humano, mas permanecer no erro ou é burrice ou sem-vergonhice...

Esperamos ver realmente outro post do "amigo imaturo da Ju" porem com atitudes mais maduras.

Abraço!

Anônimo disse...

Mas essas moças são trouxas, mesmo. Nenhuma das duas percebeu nada? Ou você é muito bom na arte de enganar, ou elas são bem lerdinhas, heim? Quanto tempo durou esse bizarro triangulo?
Moço, agora é partir pra outra e não fazer mais isso. Se fosse comigo, você estaria incapacitado pra reproduzir.

Boa sorte!

Anônimo disse...

Nossa amiga Juzinha sempre me dizia uma frase que cabe muito bem nessa situação: "A vida nos reserva muitas mágoas"...
No seu caso, amigo da Juzinha, quem te reservou as mágoas foi você mesmo. Peça desculpa para as moças e toque sua vida. Ao que parece são as duas muito boas e a Juju disse que você também o é. Então, volte para a luz e seja feliz.

Anônimo disse...

Já que estamos no blog da Ju e citando suas falas, vou recorrer a outra: "rapadura é doce mas não é mole, não".
Amigo, você aproveitou da doçura e agora tá na parte dura da coisa. Vê se te cria!

Anônimo disse...

Engraçado é que não faz muito tempo estava falando sobre isso com a Ju. Como essa questão é delicada! Gostar de alguém é fácil. A gente só fica com outra pessoa porque quer. Ninguém nos obriga. Acontece que à partir do momento em que a gente resolve ficar com alguém, procurar alguém, bater na porta de outra pessoa, a gente assume um compromisso intrínseco de ser leal com essa pessoa.
Ninguém te obrigou a namorar a Bel. Mas você tinha obrigação de ser leal com ela. Lealdade ao ponto de deixá-la sofrer sabendo que você estava infeliz. Ninguém te forçou a dar de cima da colega de trabalho. Essa coitada, podia ter sido poupada de um monte de infortuito, dúvidas, noites insones, pensando no que aconteceu.
Você foi desleal com todos, inclusive com você mesmo. Que triste!

Anônimo disse...

Lembra Ju, quando vc me indicou o filme Closer, dizendo que ele fazia as pessoas repensarem seus relacionamentos e até tomarem decisões? Por que vc não o indicou pro nosso amigo?

Ele me lembra muito o carinha do filme que era escritor de obituários. Acabou sem ninguém! Mas vai sobreviver.

Anônimo disse...

Como que uma pessoa suporta o peso de uma vida dupla? Como alguém encara outra pessoa, sabendo que a está enganando? Ou é muito sangue frio, ou muito sem noção.
Na boa, não faz mais isso, não!

Anônimo disse...

Eu já fiz uma dessa e me dei muito mal! Até hoje eu tenho vergonha de me encontrar com uma das duas ou com meus ex sogros. E olha que já se passaram pra lá de anos.

Mas hoje eu tô bem, com uma pessoa que eu gosto. Só que ela nem sonha esse meu passado negro. Nem precisa. O importante é que eu aprendi. Mas ainda me pergunto como teria sido se tivesse agido diferente. Fica firme, rapaz!

Anônimo disse...

O pior da história é que seu amigo não é uma pessoa má, mas sim uma pessoa apaixonada.

Penso que muitas vezes ele não tenha contado pra outra garota não por medo de perder essa, e sim para não a ferir.

As vezes subestimamos nossos companheiros, achamos que estes não vão conseguir viver sem nós.

Talvez na nossa carência até gostaríamos que isso fosse verdade, e tentamos nos convencer disso, pois pensar o contrário acaba é nos ferindo.