quinta-feira, 21 de maio de 2009

CONDESSA DE BARRAL


Acabei de ler o livro "Condessa de Barral, Paixão do Imperador", no qual a historiadora Mary Del Priore, autora de O Príncipe Maldito, lança luz sobre mais uma fascinante e pouco conhecida personagem da História do Brasil


Luísa Margarida Portugal e Barros, a Condessa de Barral, manteve durante trinta anos um relacionamento lendário com o Imperador do Brasil, D.Pedro II, ocupante do trono brasileiro entre 1840 e 1889. Porém, muito mais do que uma simples amante, esta filha de um senhor de engenhos apaixonado pelas letras foi uma das figuras femininas mais originais e interessantes de seu tempo.

Na sua época, é sabido que a maioria das mulheres vivia como mera sombra dos homens. Barral, no entanto, sempre deu de ombros para esta regra - e para muitas outras. Seu pai prometeu sua mão para um amigo de infância, mas ela ignorou o acordo e se casou com o homem que escolheu. Mais tarde, quando se deparou com o grande amor da sua vida, D Pedro II, continuou a surpreender a todos.

Mesmo casada, estabeleceu um relacionamento de décadas com o monarca. Valendo-se da proximidade com o imperador, mandou e desmandou, atraindo inveja e raiva. Ambígua, passava períodos sofrendo por estar distante de D. Pedro e outros pelo oposto. Chegou a estimular seu amado a procurar outras amantes, embora pouco depois se arrependesse.

Segundo a escritora e historiadora Mary Del Priore, D. Pedro se apaixonou por Barral não só pela sua personalidade. Os dois se viam como almas gêmeas, porque encaravam o amor de outra forma, como uma amizade com finas sintonias emocionais e intelectuais. Isso não significa que os dois não tenham se entregado ao desejo, mas não era esse o cerne de sua ligação:

"Apesar de possuidor de uma vasta biblioteca, Dom Pedro, na sua simplicidade, falava mal o inglês e tinha uma cultura típica de almanaque. Já Barral era uma mulher cultíssima, dona de uma vivência nas cortes européias que o próprio imperador não tinha, mas admirava e necessitava", observa a historiadora.

Em Condessa de Barral, Mary Del Priore lança mão de cartas e diários pouco conhecidos - parte deles é inédita. Para decifrar esta enigmática e controversa personagem, mergulha mais uma vez numa história surpreendente, rica em detalhes, costumes e referências ao vocabulário da época.

Quem quiser conhecer uma história de amor que tramita entre o sagrado e o profano e ao mesmo tempo se inteirar um pouco mais sobre os detalhes da História do Brasil, não pode perder esse livro.

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