sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SUPER MULHERES

Força feminina invade os quadrinhos
Sex, 11 Dez, 10h20

Por Mónica Faro, da EFE

A editora americana Bluewater Productions, especializada em histórias em quadrinhos, transformou personalidades em heroínas em "Female force", uma série de biografias gráficas que exibem a trajetória profissional e pessoal de mais de dez mulheres. Com desenhos quase caricaturais, a HQ tem o objetivo de transmitir modelos femininos que possam ser referência para o imaginário infantil.

Além de interessar adultos e colecionadores, estas histórias em quadrinhos se transformaram em uma ferramenta didática utilizada em escolas e livrarias para estimular o prazer da leitura e para que os pequenos aprendam "novos valores por meio do entretenimento", disse o presidente de Bluewater, Darren G. Davis.

São muitas as crianças que encontraram na história em quadrinhos um primeiro elo para entrar no mundo da leitura. Toques de humor, desenhos e pequenos textos com edições de 22 páginas demonstraram ser os ingredientes perfeitos para espantar a aversão às letras. "Female Force" tem como objetivo também disseminar lições de história que relaciona fatos históricos com a trajetória dessas mulheres.

As protagonistas são primeiras-damas, escritoras e jornalistas que, de um modo ou outro, "estão determinando a história e a cultura moderna", destaca Davis. Ícones midiáticos que o editorial elegeu para "celebrar as conquistas das personagens em um formato nunca antes feito" e para contar a trajetória de "mulheres fortes, poderosas e influentes que fizeram coisas incríveis em suas vidas".



Lady Di, a lenda de uma primeira-dama

Transformada em lenda após sua repentina morte em 1997, em um acidente de trânsito que comoveu o mundo todo, Diana Frances Spencer, conhecida como Lady Di, é a última primeira-dama escolhida para viver uma aventura em quadrinhos.

Depois de Michelle Obama e Hillary Clinton, a princesa Diana de Gales se soma a lista de mulheres unidas pelo compromisso social, pelo papel de mãe e por se destacarem na esfera pública sem viver à sombra de seus maridos.

Princesa, figura pública, filantropa e mãe. Esses são os principais atributos que descrevem Diana na primeira história em quadrinhos biográfica, "Female Force, Princess Diana", que reúne episódios desde o casamento com o Príncipe Charles da Inglaterra, em 1981, até os últimos dias de sua vida, marcada por reiteradas aparições nos tablóides britânicos e pelo acidente que causou sua morte quando, aparentemente, tentava escapar da perseguição dos "paparazzi".

Lady Di volta mais forte do que nunca em uma novela gráfica que pretende lembrar e mostrar às novas gerações a figura da "princesa do povo", retratada nesta história em quadrinhos-homenagem como um ícone britânico moderno e admirável.

Com desenhos em que a princesa divide o papel principal com seus filhos, William e Harry, a rainha Elizabeth II, Tony Blair, o Príncipe Charles e Camilla Parker-Bowles, a história em quadrinhos elogia seu trabalho humanitário, sua oposição "a impassível aristocracia da família real britânica" e lembra o espetáculo midiático que causou seu casamento, sua separação e sua morte.

Mulheres criadoras: o poder de um mundo mágico


Longe da aventura política de suas colegas dos quadrinhos, duas das escritoras mais populares do mundo se transformaram em novembro e, se transformarão em dezembro em novos personagens destas historietas biográficas: são J. K Rowling e Stephenie Meyer, criadoras de mundos mágicos e enigmáticos que cativaram, em poucos anos milhões de leitores.

Com as sagas "Crepúsculo" e "Harry Potter", Stephenie Meyer e J. K Rowling despertaram paixões literárias entre os mais jovens até se transformarem em fenômenos midiáticos transcendendo o âmbito editorial, conquistando o cinema e agora ganhando uma nova expressão nos quadrinhos.

O fenômeno Harry Potter é dificilmente comparável a qualquer outro: J.K Rowling, uma das mulheres mais ricas do Reino Unido, vendeu 300 milhões de livros desde que em 1997 escreveu a primeira aventura do menino mago da escola de Hogwarts, "Harry Potter e a pedra filosofal", à qual sucederam seis volumes.

Meyer (Conneticut, 1973) está longe dessa cifra. Mas com mais de 42 milhões de exemplares vendidos em 39 países da saga "Crepúsculo" e após ter dividido o topo da lista de vendas com o próprio Stieg Larsson, o fenômeno do ano, poderia seguir o rastro de sua colega britânica.

"Female force" reconhece o trabalho destas mulheres criativas com duas histórias em quadrinhos biográficas que descrevem a origem e a força da imaginação de cada uma das autoras, para desvendar o processo literário que deu a elas fama, sem esquecer suas trajetórias pessoais, tão mágicas como o mundo que elas criaram.

Oprah Winfey e a conquista da audiência

A "rainha dos talk shows" também ganhou os quadrinhos. Desde meados dos anos 80, ela apresenta "The Oprah Winfrey Show", um programa que atrai a atenção de 46 milhões de espectadores por semana e por onde passaram personagens de todos os tipos: de Bill Clinton a Elizabeth Taylor, passando por Tom Cruise e Michael Jackson, que sentou ao lado de Oprah em 1993, depois de 14 anos de silêncio.

Suas entrevistas e seu indiscutível poder de comunicadora fizeram de Oprah uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a lista elaborada pela revista "Time", e seu espaço serviu de instrumento para as campanhas eleitorais de Al Gore e George W. Bush, que passaram pelo programa para atrair ao eleitorado feminino.

Mas, antes de tudo, Oprah é um exemplo de tenacidade e de superação e são esses aspectos que se destacam em sua biografia gráfica: teve uma infância dura, foi violentada com nove anos e saiu de casa aos 13. Agora, é a mulher mais rica do mundo do espetáculo, tem sua própria produtora e transmite a sua fiel audiência valores de igualdade e solidariedade.

Há alguns anos, a intocável figura do super-herói perdeu espaço com a chegada de novas autoras, com o aumento de leitoras e mais mulheres protagonistas de suas próprias histórias. Uma reivindicação que chega ao ponto mais alto com essa coleção: "em um tempo de mudanças políticas, olha quem vai nos ajudar a dar forma ao futuro".

Nenhum comentário: